Em assembleia promovida na última sexta-feira (11), a comunidade escolar do bairro Vila Sônia rejeitou por unanimidade a proposta de instalação da escola cívico-militar na EE. Professora Maria de Lourdes Consentino. A decisão de rejeitar a proposta foi anunciada pelo diretor da escola, Ariovaldo Jacquier de Souza, depois de diversos pais e lideranças da comunidade e da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino do Estado de São Paulo), protestarem contra a proposta.
A assembleia foi realizada no pátio da escola, que foi tomada pela comunidade escolar, e coordenada pela chefe de gabinete do prefeito Luciano Almeida, Daniela Molina, após o dirigente de ensino de Piracicaba, Fabio Negreiros, e o diretor da Maria de Lourdes Consentino expuserem que o objetivo do evento era apresentar a proposta da escola cívico-militar. A chefe de Gabinete chegou a exibir um bloquinho de cédulas de votação que acabaram não sendo nem usadas, uma vez que era nítido a rejeição à proposta, em diversas manifestações.
A diretora estadual da Apeoesp, Leonor Peres, deixou claro que a entidade é totalmente contrária à escola cívico-militar, por ser um modelo educacional que se caracteriza pela chamada "disciplinar militar" e pela exclusão de estudantes e professores que a ele não se ajustam, ferindo assim o caráter universal da escola pública, direito de todos e dever do Estado.
Para a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), essa proposta é um padrão educacional altamente ideologizado, que leva ao extremo os princípios do famigerado movimento “escola sem partido”, que tem sido rejeitado em todos os locais onde se pretendeu implementar e vetado inclusive pelo STF (Supremo Tribunal Federal). “Pai, mãe, não se enganem: a finalidade da escola cívico-militar é formatar o pensamento de seus filhos e filhas, impedi-los de pensar, de construir autonomia intelectual para decidir seu próprio futuro e contribuir para transformar nossa sociedade tão injusta. O retrocesso é tão grande que nesse tipo de escola há até mesmo nota de comportamento, algo que resgataram da ditadura militar”, alerta.
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