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Piracicaba (SP): HRP-Unicamp lança Campanha de Prevenção e Diagnóstico Precoce da Sepse


Hospital Regional de Piracicaba lançou campanha preventiva da Sepse - Foto: HRP-Unicamp

Responsável pela morte de 240 mil pessoas por ano no Brasil e de 11 milhões em todo o mundo, a sepse, também conhecida por septicemia, precisa ser prevenida e detectada o mais cedo possível para driblar essas perversas estatísticas creditadas à OMS - Organização Mundial da Saúde e Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz. O caminho apontado pelo Instituto Latino Americano de Sepse é a divulgação efetiva dentro das unidades de saúde. Dados dessa organização indicam que a mortalidade por sepse no Brasil varia entre de 50 e 60%, sendo a maior causa de óbito dentro de hospitais e que a cada hora de atraso na administração do antibiótico a mortalidade do paciente aumenta em cerca de 8%.





Nesse cenário, o HRP-Unicamp - Hospital Regional de Piracicaba, não poderia esperar o mês oficial, setembro, para lançar a Campanha de Prevenção e Diagnóstico Precoce da Sepse. "Devemos trabalhar o tema sistematicamente e frenquentemente, não apenas no mês internacional da sepse. As equipes Médica e de Enfermagem devem estar alertas continuadamente para o o risco do quadro da sepse", defende o médico intensivista Lucas Crozatti, coordenador da UTI e líder do Time Sepse do HRP-Unicamp, que se reúne mensalmente para abordar casos e procedimentos envolvendo a disfunção orgânica.


A instituição lançou a campanha nesta segunda-feira (1º), composta por um Quiz voltado para os colaboradores, um Doutor Responde, pelo Instagram (nos stories), aberto à participação da população em geral, além de ações específicas para as equipes da Assistência do hospital.


Uma preocupação embasada em dados científicos, que ratificam a urgência e necessidade da deflagração da campanha na Assistência. "Para se ter uma ideia da gravidade da situação, uma infecção oferece 5% de risco de evoluir para o óbito. Já em um choque séptico, 50% de risco de morte, ou seja, a chance é aumentada em dez vezes", contabiliza Crozatti.


O médico intensivista Lucas Crozatti é coordenador da UTI e líder do Time Sepse do HRP-Unicamp - Foto: Letícia Azevedo/HRP-Unicamp

Segundo o médico, desde o início de 2024, foram tratados no HRP-Unicamp 19 casos de sepse, que evoluíram para seis óbitos. Dados que não refletem a realidade, na avaliação de Crozatti. "Acredito que precisamos desenvolver ainda mais a prática de notificação. Os números de casos de sepse estão abaixo do esperado, considerando o volume de pacientes que atendemos", completa.


O líder do Time Sepse do HRP-Unicamp defende a importância das ações continuadas , entre elas, treinamentos das equipes Médica e de Enfermagem, como instrumentos efetivos para aumentar as notificações, gerar mais protocolos e, consequentemente, ampliando os cuidados com o paciente e adotando as intervenções necessárias para impedir a evolução da sepse. "Sempre alerta às novas febres, taquicardia e hipotensão. Essas alterações clínicas são sinais claros de uma possível sepse. O primeiro profissional responsável por detectar essas alterações clínicas é o enfermeiro", esclarece o médico.


Segundo o intensivista, idosos, pessoas com comorbidades e acometidas por tromboses são mais suscetíveis à sepse. "Por isso a detecção precoce do quadro sepse é extremamente importante para evitar a evolução ao óbito. Por exemplo, se um paciente internado tratando uma trombose apresentar uma febre nova, o enfermeiro deve imediatamente abrir o Protocolo de Sepse, registrando assim o ocorrência e levando o caso ao médico, que decide se vai ou não dar andamento na investigação e tratamento desse paciente", esclareceu Crozatti.

Nesse exemplo, caso o médico decida por dar andamento à investigação, serão realizados exames específicas para detectar as infecções, como coleta de sangue e cultura, administrando antibióticos e soro para garantir a hidratação do paciente.


A médica infectologista Ana Laís Rigolon Gomes integra a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - (Fotos: Letícia Azevedo/HRP-Unicamp

Para a médica infectologista, Ana Laís Rigolon Gomes, que integra a CCIH - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, a sepse é uma condição grave e potencialmente fatal, que requer diagnóstico precoce e intervenção imediata. "Reconhecer os sinais e sintomas precoces é fundamental para iniciar o tratamento rapidamente e aumentar as chances de recuperação do paciente. Atrasos no diagnóstico podem levar a complicações sérias e até mesmo à morte. Portanto, conscientizar sobre a importância da identificação precoce da sepse é essencial para salvar vidas", afirmou a médica.




Ana Lais reforça ainda que o uso adequado da medicação é imprescindível para o tratamento. "A orientação dos antimicrobianos corretos é uma prioridade no tratamento da sepse em nosso hospital. Trabalhando em estreita colaboração com a equipe multidisciplinar, nós da SCIH implementamos protocolos rigorosos para garantir que os antibióticos sejam prescritos de acordo com as diretrizes atualizadas e adaptados às necessidades individuais de cada paciente. Nosso objetivo é assegurar a eficácia do tratamento, minimizar o desenvolvimento de resistência antimicrobiana e promover desfechos clínicos favoráveis para todos os pacientes afetados pela sepse."


SAIBA MAIS

Sepse é a inflamação exagerada do corpo quando há uma infecção por bactérias, fungos ou vírus, o que leva a alterações no funcionamento de órgãos, ou seja, uma disfunção orgânica. Também conhecida como sepse, os sinais e sintomas incluem febre, diminuição da pressão arterial, respiração acelerada e confusão, mas podem variar de acordo com a gravidade da infecção, assim como a causa e o estado geral da pessoa.


Comorbidade é toda doença, condição ou estado físico e mental que, em razão da gravidade, pode potencializar os riscos à saúde caso o portador venha a se infectar com algum agente patogênico.


Hipotensão é quando o corpo apresenta pressão arterial abaixo do ideal, fazendo com que o sangue não chegue em quantidade suficiente em todo o corpo.


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