Recentemente, as gestações de Sabrina Sato e Gisele Bündchen trouxeram à tona o tema da gravidez após os 40 anos, uma possibilidade que se torna mais frequente para muitas mulheres. Esse cenário, além de inspirador, exige atenção especial e um acompanhamento médico cuidadoso para que o processo seja seguro e saudável. Embora a gravidez natural seja possível nessa faixa etária, especialistas em reprodução humana reforçam que a partir dos 40, os cuidados com a saúde da mulher e a avaliação médica criteriosa são essenciais.
Conforme explica Alfonso Massaguer, ginecologista e diretor clínico da MAE - Medicina de Atendimento Especializado, com o avanço da idade ocorre uma redução natural no número e na qualidade dos óvulos, o que impacta tanto as chances de gravidez quanto os riscos de complicações. “Aos 40, engravidar naturalmente ainda é possível, mas é importante que a mulher e o casal façam um check-up completo, que identifique possíveis fatores que possam impactar a fertilidade e a saúde da gestação”, destaca.
A gravidez após os 40, que antes era exceção, torna-se cada vez mais viável graças ao apoio da medicina e dos avanços reprodutivos. E exames como avaliação das trompas, ultrassom e dosagem hormonal, além de um controle de condições de saúde como hipertensão e diabetes, ajudam a assegurar uma gestação mais tranquila e monitorada.
Para aquelas que desejam adiar a maternidade, o congelamento de óvulos tem se mostrado uma alternativa valiosa. Segundo Paula Fettback, ginecologista especialista em reprodução humana pela FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a técnica permite que a mulher preserve óvulos mais jovens, aumentando as chances de uma gravidez segura no futuro e reduzindo os riscos de alterações cromossômicas. "O congelamento de óvulos, quando realizado antes dos 40, funciona como um seguro para as mulheres que, por diversas razões, preferem postergar a maternidade", comenta.
Os avanços da medicina reprodutiva também têm oferecido alternativas que beneficiam as mulheres que desejam engravidar após os 40. A análise cromossômica embrionária e o cultivo embrionário com tecnologia timelapse, por exemplo, ajudam a identificar embriões viáveis e com maior potencial de implantação, o que aumenta as taxas de sucesso em tratamentos como a fertilização in vitro (FIV). “Embora não possamos aumentar a quantidade de óvulos, essas tecnologias oferecem maior segurança e viabilidade ao processo de gravidez assistida”, explica Alfonso Massaguer.
Para muitas mulheres, a maternidade após os 40 é uma escolha que envolve segurança financeira, estabilidade emocional e um planejamento mais detalhado, mas que também requer cuidados adicionais com o estilo de vida. Alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e cuidados com a saúde mental são considerados essenciais por especialistas para assegurar uma gravidez tranquila. "A saúde da mãe e do bebê está diretamente relacionada a esses cuidados, e a escolha de profissionais capacitados faz toda a diferença no acompanhamento”, avalia Graziela Caneo, ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana da La Vita Clinic.
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