O CER (Conselho Estadual de Representantes) da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) decidiu, no último sábado (19), pela realização de uma grande manifestação, em conjunto com as demais entidades da educação, em defesa da jornada do piso salarial nacional dos professores e pelo reajuste de 33,24% para todo magistério. A manifestação está marcada para o dia 16 de março, com paralisação e realização de ato público, às 14h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista, em São Paulo, e também é em defesa da educação pública de qualidade.
A presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), diz que a luta dos professores da rede estadual de ensino, nesse momento, é pelo imediato cumprimento da lei do piso salarial nacional do magistério, que assegura a todos os integrantes do magistério o reajuste de no mínimo 33,24%, assim como segurança sanitária aos profissionais da educação e pelo máximo de 25 estudantes por sala de aula. “Temos que pressionar para que nossas reivindicações sejam atendidas e, para isso, é preciso uma ampla participação dos profissionais da educação nesta manifestação”, diz ela, que na semana passada percorreu diversas escolas estaduais de Piracicaba, dialogando com professores e defendendo posição contrária à nova carreira para o magistério, que o governador João Doria (PSDB) deve encaminhar nesta semana à Assembleia Legislativa de São Paulo, que institui o subsídio e acaba com a sexta parte, quinquênio, décimo terceiro e não assegura a todos os professores reajuste salarial.
A Professora Bebel (PT) diz que “a manifestação é uma resposta ao direito à educação, que está sendo atacado e isso se deve, principalmente, por seu papel de emancipação do indivíduo, considerado uma ameaça pelos grupos ultrarreacionários e ultraliberais”. Segundo ela, em São Paulo, o sucateamento da educação, promovido por anos pelo PSDB, expõe um triste cenário, com superlotação das escolas, velho "novo" ensino médio e desvalorização dos professores nas escolas são só alguns dos problemas enfrentados.
A presidenta da Apeoesp ressalta ainda que o ambiente nas escolas é de insegurança e revolta com a imposição autoritária de programas e medidas, sem qualquer abertura para o diálogo. “Autoritarismo, aliás, que também vem do governo federal. O (presidente Jair) Bolsonaro ignora o que está acontecendo no país e fecha os olhos para a crise sanitária e social que se instalou no Brasil. Hoje, o desemprego é a principal preocupação dos trabalhadores brasileiros. O país provavelmente terá 14 milhões de desempregados em 2022, de acordo com projeção divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A fome e a insegurança alimentar tornaram-se o dia a dia de mais da metade da população durante a pandemia. Agravando esse cenário, os desastres ambientais causaram centenas de mortes e deixaram milhares desabrigados. Para mudar esse retrato desolador, é preciso que fiquemos unidos na luta contra o fascismo de Bolsonaro e do bolsonarismo”, completa.
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