Com a volta às aulas é comum que as crianças tenham mais atividades durante o dia, incluindo atividades extracurriculares, como esportes. Após esse período é normal ver os pequenos bastante suados, mas alguns deles possuem maior predisposição a transpirar excessivamente. Nestes casos, o suor pode ser um motivo de vergonha entre os colegas, além de trazer um possível constrangimento com a presença de mau cheiro.
A transpiração é a eliminação do suor pelas glândulas sudoríparas. Já o excesso de transpiração é conhecido como hiperidrose e é causado pela hiperatividade das glândulas. Porém, a hiperidrose infantil não é tão comum quanto em adultos. Estima-se que esta condição afeta apenas cerca de 5% das crianças no Brasil. A transpiração é considerada excessiva quando se observa presença de regiões do corpo excessivamente úmidas como o rosto, cabeça, axila, pés e mãos.
“A transpiração excessiva pode levar a desconforto para as crianças pela possibilidade de causar odores desagradáveis, atrapalhar o manuseio de objetos, a escrita, além de causar um mal-estar social. Momentos de tensão, ansiedade e nervosismo acabam estimulando a produção de suor que, nos casos de hiperidrose, é ainda mais intensa”, explica Clodoaldo Abreu da Silveira Júnior, pediatra do Hospital São Francisco de Brasília.
Uso de desodorantes
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou o uso de desodorantes em crianças a partir dos 12 anos, mas especialistas afirmam que essa idade pode ser alterada dependendo de cada caso. Para casos de necessidade com a idade inferior, a sugestão é que sejam usados aqueles na forma de creme ou roll on, com pouca ou nenhuma fragrância.
“Não há idade específica para o uso desodorante na infância, mas o consenso é que seja após o início da puberdade. No entanto, a puberdade se inicia aos 8 anos nas meninas e aos 9 anos nos meninos de uma forma geral. Como um dos primeiros sinais da puberdade é a adrenarca (presença de odor nas axilas) pode ser necessário o uso destes produtos a partir dessa idade”, explica Clodoaldo Júnior.
O especialista afirma ainda que é importante que a criança mantenha acompanhamento clínico periódico com o pediatra de rotina ou hebiatra (pediatra especialista em adolescência) anualmente e, caso sejam identificados sinais de hiperidrose, é importante uma avaliação com um endocrino-pediatra. “Além dos responsáveis ficarem de olho no comportamento das crianças, o acompanhamento médico é indispensável para que o tratamento seja mais assertivo", enfatiza o pediatra.
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