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Foto do escritorO Canal da Lili

Setembro Amarelo: relações familiares tóxicas apresentam desafios para o bem-estar emocional


No ambiente familiar, a convivência com membros tóxicos pode representar um desafio emocional e psicológico profundamente impactante. A presença de familiares que exibem comportamentos manipulativos, críticas constantes, desrespeito ou falta de apoio pode gerar um clima de tensão e ansiedade no lar, minando o senso de segurança e bem-estar. No dia 13 de agosto, o programa Fantástico, da Rede Globo, levou ao ar uma entrevista revelando os mais diversos abusos psicológicos e financeiros que a atriz Larissa Manoela sofreu ao longo dos anos. Por momentos, a conversa mostrou o desconforto da artista ao expor sua intimidade e os problemas familiares que vem enfrentando ao longo dos anos.




A segunda parte da reportagem foi ao ar no dia 20 de agosto, com mais informações sobre o caso sendo divulgadas pela atriz. Lidar com tais indivíduos pode demandar uma complexa jornada entre a busca por harmonia, a proteção da própria saúde mental e a difícil avaliação de quando é necessário estabelecer limites ou, até mesmo, se afastar temporariamente para preservar o equilíbrio emocional.


De acordo com William Sanches, terapeuta, escritor e especialista em comportamento humano e programação neurolinguística, muitos familiares exercem a capacidade de sugar nossas forças. “Essas pessoas têm o poder de se apropriar do nosso tempo, amor e atenção. Nesses casos, quando não existe nenhuma consideração, é preciso haver distância. Assim, temos o direito de ser quem somos enquanto oferecemos a esses familiares o direito de ser quem eles são, mesmo sem a nossa presença”, revela.


O especialista acredita que muitos passam a vida se preocupando com o bem-estar dos outros, enquanto esquecem de buscar a tranquilidade dentro deles próprios. “Isso é mais comum do que imaginamos e, quando nos vemos nesse cenário, precisamos ter a consciência de que dar um basta nessa situação é o melhor caminho a seguir. Se livrar de ciclos tóxicos é uma oportunidade para ver a vida como ela, verdadeiramente, deve ser vista”, declara.


Na opinião de Sanches, permitir que outras pessoas controlem o que sentimos, mesmo que sejam familiares extremamente próximos, proporciona um sentimento negativo que pode atrapalhar significativamente nossas próprias jornadas. “Nossa mente é como o painel de controle de um avião. Repleto de alavancas, botões e interruptores que realizam as mais diversas funções. No entanto, uma aeronave conta com uma cabine blindada, onde apenas os pilotos podem estar presentes. É exatamente assim que nossa mente deve se comportar, se protegendo de indivíduos que podem tentar tomar o controle de nossas atitudes”, relata.


Para o escritor, a comunicação pode ser a chave para minimizar os impactos negativos de um relacionamento familiar tóxico. “Explicar o que estamos sentindo e procurar alternativas para resolver esse problema sempre será o primeiro passo. Essas pessoas, muitas vezes, podem sequer saber que estão sendo inconvenientes de alguma maneira, e explicar o que está sendo negativo enquanto propomos maneiras de evitar essas situações é um movimento simples, que pode apresentar resultados surpreendentes”, pontua.


Estabelecer limites é importante em qualquer relação, inclusive nos relacionamentos familiares. “Quando não há fronteiras definidas, as pessoas podem sentir-se no direito de impor suas vontades, desrespeitar os sentimentos alheios e perpetuar comportamentos prejudiciais. Essa falta de limites pode levar a um ciclo de ressentimento, ansiedade e desgaste emocional, prejudicando não apenas o indivíduo, mas também a harmonia do ambiente familiar como um todo. Ao determinar algumas barreiras, cria-se um espaço de respeito mútuo, promovendo relações mais equilibradas”, revela.


Para o especialista em comportamento humano, priorizar o próprio bem-estar é fundamental para se ver livre dos sentimentos negativos proporcionados por relações tóxicas. “Reconhecer que merecemos respeito, amor e apoio nos capacita a afastarmo-nos de interações prejudiciais. Reforçar a ideia de que somos suficientes para nós mesmos reafirma a importância da autoestima e da independência emocional. Quando compreendemos essa convicção, buscamos menos validações externas e mais somos propensos a construir relacionamentos que proporcionem experiências positivas”, enfatiza.

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