Nesta terça-feira (15), será lançado em plataforma digital, às 19h, o Alma Puída – Um projeto para ouvir a sua voz. O projeto em formato on-line, que nasceu da necessidade de dar voz às angústias e aflições nestes 15 meses de pandemia em que se somam aproximadamente 500 mil óbitos no Brasil e mais de 3 milhões no mundo – é coordenado pelo Instituto Angelim em parceria com o Memorial da Pandemia. A idealização é do Grupo de Trabalho Expandir o Presente, Criar o Futuro.
Para os organizadores – a artista visual Lídice Salgot faz parte da organização - é a força das palavras que contribui para fazer ecoar a vida e superar os momentos de luto. Qualquer pessoa acima de 18 anos pode participar do projeto e enviar gravar áudios, quantos desejar, de até 3 minutos de duração. As inscrições estão abertas desde o dia 7 de junho e vão até o dia 29 de agosto.
Os materiais devem ser enviados para http://bit.ly/projetoalmapuida. Todos os formatos de áudio são bem-vindos. "Estamos vivendo algo jamais imaginado no planeta. As vidas ceifadas, os sonhos perdidos. Nosso desabafo pode ajudar a curar as feridas e, ao mesmo tempo, se transformar em ação. Juntar nossas vozes para ajudar a transformar esta realidade é o nosso principal objetivo", explica a socióloga Mirlene Simões.
Na análise da professora Monica Fonseca Severo, lutar contra a desmemória é uma necessidade diante da tentativa de escamotear a realidade da pandemia e do pandemônio. “Nossa ação de resistência artística é uma homenagem às vítimas do descaso e do negacionismo. Registrar, salvaguardar esta memória para que as gerações futuras possam conhecer, refletir e não repetir”, salienta.
“Como um tecido puído, desgastado e cansado, somos arrastados pela existência. Nos sentimos solitários, e nesse isolamento imaginamos que o que sentimos é apenas individual”, declarou a artista visual e pesquisadora Fabiola Notari, para quem, “a coleção de áudios surge como acolhimento para reunirmos forças para continuar de maneira mais consciente”.
ENSAIO PARA UM POEMA
Para a artista plástica e professora aposentada Lucimar Belo, o projeto trata-se de vozes coletivas. “Coloque a sua e aguarde para ouvir muitas. Neste último ano, a nossa voz está embargada, está com pulso, está presa. Vamos liberar nossa voz e juntá-la a um vozerio. É este o objetivo do Projeto Alma Puída”, enfatiza.
Para Miguela Moura, artista visual indígena, a iniciativa valoriza a oralidade. “Para os povos indígenas este é um fator importante, pois todas as nossas tradições são transmitidas de forma oral”, relata.
SERVIÇO
Alma Puída – Um projeto para ouvir a sua voz: inscrições até 29 de agosto. Os materiais devem ser enviados para: http://bit.ly/projetoalmapuida . Informações, pelo Instagram, nos perfis: @projetoalmapuida, @institutoangelim e @memorialdapandemia. Facebook: https://www.facebook.com/projetoalmapuida ; https://www.facebook.com/memorialdapandemia ; https://institutoangelim.org/ e https://memorialdapandemia.com/ .
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