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Pós-parto: especialista orienta sobre nutrição, amamentação e contracepção para saúde de mães e bebês

O período pós-parto, conhecido como puerpério, é uma fase crucial e desafiadora na vida das mulheres - Foto: Ilustrativa/Freepik

O período pós-parto, conhecido como puerpério, é uma fase crucial e desafiadora na vida das mulheres, exigindo cuidados específicos para garantir a saúde tanto da mãe quanto do recém-nascido. Destacando a suplementação e a contracepção durante essa etapa, Ricardo Bruno, mestre e doutor em Medicina pela UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e diretor médico da Exeltis Brasil, apresenta informações essenciais sobre nutrientes, amamentação e métodos contraceptivos.

Durante o puerpério, a suplementação adequada de nutrientes desempenha um papel fundamental na recuperação pós-parto e no bem-estar da mãe e do bebê. O ácido fólico é especialmente crucial, reduzindo o risco de defeitos no tubo neural, enquanto o ferro é essencial para prevenir a anemia, e o cálcio, vital para ossos saudáveis, a deficiência pode ocorrer devido à falta de ingestão de laticínios, justificando a suplementação. “O ferro é muito importante porque grande parte da população não faz uma ingestão adequada de ferro. Então, por isso a importância da reposição nas gestantes deve acontecer de forma prévia, e não esperar para ver se ela vai ter anemia. Lembrando que a própria gestação já desencadeia uma anemia por si só, se a paciente começa a gestação e ela já está anêmica, vai piorar muito mais isso”, explica Ricardo Bruno.




“É fundamental ter uma puérpera, uma lactante, com bons nutrientes na sua circulação para que esse leite seja um leite bem nutrido em ferro, cálcio e outros nutrientes essenciais para o desenvolvimento da criança, lembrando que o ideal é que essa criança tenha um período de exclusividade na amamentação durante um bom tempo, pois esse é o melhor alimento que ela pode receber”, destaca o especialista.

Retorno à vida sexual e contracepção

Em primeiro lugar, é aconselhável que o retorno à vida sexual leve em consideração a saúde física e emocional da mulher. Vale ressaltar que o parto cesáreo geralmente implica uma recuperação mais prolongada devido à natureza cirúrgica com corte abdominal, resultando em dores e desconfortos durante o processo de recuperação. Já o parto normal pode apresentar uma recuperação mais ágil, embora esse aspecto varie de mulher para mulher. É importante destacar que nessa fase inicial, é comum ocorrer um déficit de estrogênio, o que pode resultar em ressecamento vaginal. Portanto, a hidratação vaginal pode ser uma medida relevante para melhorar a condição sexual e evitar possíveis desconfortos durante as relações.

“Também é crucial que a puérpera se sinta psicologicamente segura para a retomada, sem a necessidade de forçar a barra por influência do parceiro. O fundamental é que esteja com uma mentalidade tranquila para a atividade sexual, buscando, evidentemente, o seu prazer. Vale ressaltar que este é um período desafiador, especialmente com a amamentação e seios bastante ingurgitados, levando a uma maior liberação de leite devido ao aumento da oxitocina nessa fase”, comenta Ricardo Bruno.

Após essas confirmações iniciais para a retomada da vida sexual, caso a mulher opte por utilizar métodos contraceptivos, é fundamental escolher aqueles à base de progestagênio, pois são mais seguros e eficazes no pós-parto. Por outro lado, métodos que contenham estrogênio devem ser evitados, especialmente durante a amamentação porque são capazes de interferir na produção do hormônio prolactina, responsável por estimular a formação do leite materno.

“A amamentação não afeta em nada a eficácia dos contraceptivos, seja o sem hormônio como o DIU de cobre e cobre-prata, assim como os métodos progestagênicos; não há nenhuma alteração na eficácia desses métodos, sendo considerados seguros para utilização. A mini pílula, distribuída pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e contendo uma baixa dose de progestagênio, apresenta eficácia apenas durante a amamentação exclusiva. Quando a mulher introduz a alimentação complementar, geralmente ao término da licença maternidade e realiza a amamentação somente pela manhã e à noite, a eficácia dessa pílula diminui, não proporcionando uma segurança adequada”, aconselha o médico.

Métodos contraceptivos à base de progestagênio também oferecem benefícios adicionais, como a redução ou ausência de sangramento menstrual, proporcionando maior conforto e qualidade de vida para as mulheres durante o puerpério. Em geral, métodos contraceptivos com progestagênio são seguros durante o puerpério, mas condições de saúde específicas, como histórico de hipertensão, podem influenciar a escolha do método. Pacientes com histórico de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia devem evitar métodos que contenham estrogênio.

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