No Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2024, o HRP/Unicamp - Hospital Regional de Piracicaba inaugurou o serviço de Cirurgia Ginecológica, que contempla cerca de 500 mil mulheres em idades entre 20 e 64 anos, moradoras nas 26 cidades da área de cobertura da instituição. Se as mulheres foram contempladas na última sexta (8), no fim de semana foi a vez dos homens serem cuidados pelo HRP-Unicamp. A equipe de Urologia da instituição realizou oito intervenções cirúrgicas durante os dia 9 e 10 de março de 2024, quando o hospital realizou mais um mutirão de enucleação da próstata.
Essa iniciativa tem como principal objetivo reduzir a fila de espera de pacientes do SUS - Sistema Único de Saúde, previamente agendados, que estavam aguardando intervenções cirúrgicas para o tratamento de condições como aumento prostático benigno e próstatas de grande volume.
Foram realizadas quatro intervenções por dia sob o comando de duas equipes compostas por cirurgiões urológicos, incluindo médicos assistentes do HRP/Unicamp e do HC/Unicamp - Hospital de Clínicas. As equipes atuaram em duas salas cirúrgicas simultaneamente, todas equipadas com tecnologia de ponta.
O superintendente do HRP/Unicamp, o médico infectologista Vitor Marim, enfatiza que iniciativas como essa fortalecem a realização de cirurgias de alta tecnologia, impulsionando o atendimento e que além da enucleação, a instituição também realiza procedimentos pouco comuns em outras instituições do SUS.
"Os mutirões como este são vitais para o HRP, fortalecendo nossa capacidade em cirurgias avançadas e acelerando o atendimento do SUS. Com um potencial notável em várias especialidades, incluindo a urologia, realizamos também artroplastias de revisão, reconstruções de trânsito intestinal e vitrectomias (cirurgia de retina) que são procedimentos incomuns em hospitais SUS, destacando nossa dedicação em atender às demandas da região e ao mesmo tempo oferecer excelência médica", destaca Marim.
Já segundo o médico Ivan Selegatto, coordenador da Urologia do HRP/Unicamp, a instituição é pioneira na região de Piracicaba na realização de procedimentos urológicos com o laser Thulium, também conhecido como Fiber Dust, dentro do perfil de hospital SUS.
Foi em 06 de setembro de 2022, que a equipe de urolitíase do Hospital de Clínicas da Unicamp utilizou pela primeira vez, em três pacientes, um moderno sistema com laser thulium para litíase (fragmentação de pedras nos rins) por cirurgia endoscópica. O HC foi o primeiro hospital a usar essa tecnologia e na capital apenas alguns hospitais particulares possuiam na época o equipamento.
“A tecnologia utilizada neste fim de semana é de ponta. O laser de alta potência tem a capacidade mais intensa de conseguir dissecar os tecidos e também de realizar coagulação, minimizando risco de sangramento. O que nos proporciona mais segurança e efetividade aos procedimentos, um grande ganho para os nossos pacientes”, explica o coordenador.
A enucleação realizada com laser é classificada, pelos médicos, como um procedimento minimamente invasivo, o que significa que o paciente não sofrerá grandes incisões, reduzindo os riscos de sangramento e complicações, além de possibilitar uma recuperação mais rápida. Além disso, essa técnica também otimiza o tempo cirúrgico, uma vez que a cirurgia aberta pode levar até três horas, enquanto com a nova tecnologia, pode ser reduzida para duas horas.
“O procedimento é realizado inserindo um dispositivo no canal urinário, permitindo o acesso para descolar todo o adenoma, que é o núcleo da próstata. Em seguida, é realizada a morcelação, na qual todo esse volume de próstata é triturado dentro da bexiga e, posteriormente, aspirado”, detalha Selegatto.
Os pacientes atendidos no fim de semana aguardavam há cerca de um ano na fila geral do SUS pela cirurgia. O médico destaca que, devido ao tamanho das próstatas, esse tipo de intervenção não é realizado em todos os hospitais por conta da sua complexidade, que demanda tecnologia avançada e estrutura adequada, incluindo equipes especializadas e leitos de UTI - Unidade de Terapia Intensiva.
Dada a condição, muitos pacientes precisam usar sonda, o que os expõe a dor, desconforto e infecções urinárias recorrentes. A realização da enucleação garantirá uma melhora significativa na qualidade de vida.
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