Em congresso histórico, Apeoesp aprova federalização da Unimep e planos em defesa da educação
- O Canal da Lili
- 5 de set. de 2023
- 4 min de leitura

No XXVII Congresso Estadual, realizado em Piracicaba (SP), no Engenho Central, a Apeoesp - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo aprovou moção dirigida ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao seus ministros, defendendo a federalização do Campus Taquaral da Unimep, que foi desativado no início deste ano pela Rede Metodista. O congresso histórico reuniu mais de 1.700 professores de sexta-feira (1º) até domingo (3), e sob as coordenações do presidente da Apeoesp, Fábio de Moraes, e da segunda presidenta da entidade, deputada estadual Professora Bebel (PT), foi marcado por análise da conjuntura e por intensos debates sobre a defesa da educação pública de qualidade, resultando na aprovação de um calendário de lutas e ações em defesa da escola pública de qualidade, inclusive com a realização de um dia estadual de greve do funcionalismo estadual, para pressionar o governador Tarcísio de Freitas a respeitar as categorias e pôr fim à ideia da privatização, como da Sabesp, e contra a redução dos recursos para a educação.
O Congresso Estadual da Apeoesp contou com participações de diversas lideranças, entre elas do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que declarou apoio ao movimento pela instalação de uma universidade federal em Piracicaba, assim como defendeu a educação pública de qualidade, porque ‘você não vai a lugar nenhum sem educação e não existe educação sem valorizar os professores e professoras”, ressaltou.
O ministro Padilha também disse que o Brasil, com o governo Lula, vive um novo ciclo de desenvolvimento “e esse Congresso vai dar uma grande contribuição para melhorar a educação brasileira". Padilha destacou ainda o crescimento da economia brasileira sobre o governo Lula, que deve fechar o ano em 3%, três vezes superior às expectativas de analistas, que previa menos de 1%, assim como o controle da inflação, que está em queda; o desemprego que está abaixo de 8%, o aumento do valor do salário mínimo e a taxação dos super-ricos na tributação brasileira, mostrando que a economia está no rumo certo sob o comando do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com Lula, “um ex-metalúrgico, na presidência do Brasil”.

Engenho Central é local de resistência
Durante o evento, a deputada estadual Professora Bebel falou sobre a simbologia da realização do Congresso da Apeoesp no Engenho Central que é um local de resistência, assim como destacou a luta contra o retrocesso em São Paulo e a defesa intransigente da valorização dos profissionais da educação, na perspectiva da qualidade do ensino, ressaltando a importância e necessidade de os professores ampliarem a mobilização e tomarem as ruas contra os ataques à educação pública no Estado.
O Congresso, que agigantou Piracicaba, que foi aberto na sexta-feira (1º), com a participação do presidente da CNTE - Confederação Nacional da Educação, Heleno Manoel Gomes Araújo Filho, abordando a importância do trabalho que desenvolveu em parceria com a deputada estadual Professora Bebel, junto ao presidente Lula, garantindo que o novo ensino médio no país fosse revisto. “Sem dúvida, foi o resultado do nosso trabalho a revisão do ensino médio”, contou.
Já no sábado, ex-ministro da Educação, Renato Janine, fez duras críticas ao fato de São Paulo ser o estado mais rico da federação e, ao mesmo tempo, não pagar o Piso Salarial Nacional do Magistério, assim como tomar atitudes que prejudicam a educação pública, citando a recusa do livro didático do MEC pelo governador Tarcísio de Freitas, entre outras “medidas desastradas”, com conduta apressadas. “Os professores têm que ser tratados como aliados e não inimigos da educação”, disparou.

Já Roberto Franklin de Leão, secretário de relações internacionais da CUT e vice-presidente da Internacional da Educação, e de Rosane Silva, secretária nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres do Brasil, abordaram o tema “A reconstrução do Brasil: desafios do mundo do trabalho na perspectiva da conquista de direitos da classe trabalhadora”, contribuindo para os debates dos 1.700 delegados, que se deram em grupos temáticos.
O XVII Congresso Estadual da Apeoesp foi encerrado no fim da tarde de domingo (3), com a aprovação de ações voltadas a enfrentar o governo de Tarcísio de Freitas e o secretário estadual da Educação, Renato Feder, e a definição de um calendário de mobilizações neste segundo semestre rumo a uma greve estadual do funcionalismo contra os ataques, as privatizações e em defesa dos direitos dos professores e a valorização do magistério paulista.
Erros do governo em materiais digitais
Para deputada Professora Bebel, os erros registrados nos materiais digitais com os quais a gestão do secretário estadual da Educação, Renato Feder, pretendia substituir os livros impressos do PNDL - Programa Nacional do Livro Didático, demonstram a falta de respeito com a educação no Estado de São Paulo. A parlamentar se refere a erros que foram observados no material online elaborados pelo governo estadual, dirigidos a alunos das escolas da rede estadual de ensino.
O conteúdo da Secretaria de Estado da Educação equivocadamente afirma ter sido Dom Pedro 2º, e não sua filha, a Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea em 1888, colocando fim à escravidão no Brasil. Já a um outro conteúdo de história, destinado a estudantes do 9º ano do ensino fundamental, o material do governo paulista afirma que a cidade de São Paulo tem praias. O erro está em uma aula referente à rápida passagem de Jânio Quadros pela Presidência da República.

Para a deputada, os erros apontados pela reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostram verdadeiro descaso para com o material didático aligeirado que seria utilizado com exclusividade na rede, deixando de lado os livros pedagógicos do MEC. Bebel ressalta que os livros do PNLD passam por longo e criterioso processo de avaliação e seleção antes de serem destinados a milhões de estudantes em todo no Brasil.
A parlamentar, que liderou protestos contra a abolição dos livros didáticos pelo governo estadual, forçando o governador do Estado, Tarcísio de Freias, a rever sua posição e manter os livros do MEC nas escolas paulistas, escreveu em suas redes sociais: “Lamentavelmente, outros erros poderão ser encontrados nas apostilas e “pílulas” digitais que (secretário estadual da Educação, Renato) Feder pretendia impor a nossas crianças e jovens das escolas estaduais. Não podemos admitir que fatos como esse continuem a ocorrer. Queremos respeito, valorização dos profissionais da educação, condições para o processo ensino-aprendizagem e qualidade de ensino”.
Comentarios