A expectativa de ingresso no ensino superior é um momento que marca o começo de um novo ciclo. Para muitos, essa é a chance de se realizar um sonho e, por isso, essa etapa tem grande impacto na vida pessoal e profissional dos vestibulandos. Um período que, geralmente, vem acompanhado de dúvidas e ansiedade. Especialmente agora, em que se vivencia o pós-isolamento social, grande parte dos estudantes teve esse sentimento potencializado, o que pode influenciar na tomada de decisão sobre qual carreira seguir.
O coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professor Rogério Adriano Bosso, afirma que é completamente natural o fato de não saber ao certo o curso que deseja estudar por ser um universo desconhecido até então. “Com as medidas de distanciamento social, diminuíram, também, as trocas de ideias e experiências entre os grupos de estudantes. A falta dessa interação pode dificultar a percepção de que os sentimentos emergidos nesse período é algo comum entre eles”, completa.
Apesar de ser um sentimento normal do ser humano, a ansiedade pode ser intensificada a partir do momento em que a responsabilidade da escolha surge. No entanto, o especialista reforça a importância de entender que caminhos pode mudar com o tempo. “O vestibulando precisa ter em mente que a decisão após o ensino médio não é e não precisa ser definitiva e as mudanças serão constantes ao longo da trajetória profissional. Vale a pena buscar pelos cursos de interesse na internet para tirar dúvidas e conhecer a ementa, ou seja, as disciplinas, estágio e atividades que serão desenvolvidas”, analisa.
Segundo a Revista Brasileira de Orientação Profissional, produzida pela Associação Brasileira de Orientação Profissional, diversas variáveis influenciam nos interesses ao longo do ciclo de vida. De acordo com a publicação, é possível perceber a influência da família, especialmente dos pais, na escolha de cursos e futuras profissões. De acordo com a pesquisa, os pais frequentemente sugerem e, em alguns casos, determinam as escolhas do adolescente. O psicólogo enfatiza que é importante que os responsáveis deem liberdade nesse momento. “Os alunos precisam do apoio emocional daqueles que os rodeiam para tomar decisões sem medo de decepcionar pessoas queridas”, comenta.
Em comemoração ao Dia do Vestibulando, celebrado na terça-feira (24), o especialista pontuou algumas dicas para ajudar na escolha da faculdade e o curso de graduação.
Comece analisando o que você gosta de estudar
Um jeito interessante para dar o primeiro passo é pensar nas áreas ou disciplinas com as quais você tem maior afinidade ou facilidade. Por exemplo, se você ama estudar Matemática e Física, cursos da área de Exatas, como Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo e Ciência da Computação, podem ser uma excelente aposta. Já quem tem mais facilidade com Linguagens, Sociologia, História e Geografia, pode se dar bem em um curso da área de Humanas, como Direito, Psicologia ou Administração.
Existe ainda a área de Ciências Biológicas, que está relacionada à Química e Biologia e abrange vários cursos ligados à saúde, como Medicina, Fisioterapia, Enfermagem e Odontologia. Depois de fazer essa reflexão, você pode começar a pesquisar os cursos da área que mais se adequa ao seu perfil. Porém, também é importante considerar aspectos como: as oportunidades em termos de empregabilidade e renda que cada curso oferece; seus gostos e habilidades pessoais.
Divida suas dúvidas e fale sobre as opções com colegas
A troca é sempre bem-vinda e saudável. Conversar sobre possibilidades, dizer o que gosta de fazer e o que não gosta, são caminhos que facilitam escolhas, pois torna o momento menos tenso. Assim, o jovem divide com amigos as suas dúvidas, temores e anseios, além de poder conhecer opções que não tinha parado para pensar antes.
Bacharelado, licenciatura ou curso tecnológico?
Os cursos do tipo bacharelado costumam ter duração mais longa (entre 4 e 6 anos) e dão ao aluno uma formação mais generalista. Já as licenciaturas são voltadas para o ensino e costumam ter duração entre 3 e 4 anos. São as melhores escolhas para quem quer ser professor. Os tecnólogos, por sua vez, têm duração mais curta (de 2 a 3 anos) e oferecem uma formação mais prática ao aluno, visando sua rápida inserção no mercado de trabalho.
Vale dizer que alguns cursos são oferecidos no grau de bacharelado e licenciatura, como Educação Física, Pedagogia, Psicologia e Letras.
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