Apontamento feito pelo TCE - Tribunal de Contas do Estado confirma denúncias feitas pela Apeoesp de que o PEI - Programa de Ensino Integral nas escolas da rede estadual de ensino é excludente. Conforme relatório do TCE, quase 90 mil alunos de escolas de ensino integral da rede estadual de São Paulo pediram transferência para turmas de jornada parcial entre 2022 e o primeiro semestre deste ano. De acordo com o relatório, a necessidade de trabalhar é um dos principais motivos que levam os estudantes a desistirem da carga ampliada de estudos.
A segunda presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT) destaca que desde que o Programa de Ensino Integral foi ampliado no início da gestão do então governador João Doria, que tem denunciado o fato de que este programa é excludente, porque obriga o jovem estudante a optar entre o estudo e o trabalho. “Desde o início da implementação do Programa de Ensino Integral (PEI), no governo de João Doria, quando foi secretário da Educação o senhor Rossieli Soares, nosso mandato popular e a APEOESP vimos denunciando o caráter excludente do modelo, no que se refere aos estudantes trabalhadores”, destaca Bebel.
Agora, conforme a deputada, “o Tribunal de Contas do Estado corrobora nossas denúncias com números: 90 mil estudantes pediram para deixar escolas PEI, por necessitarem trabalhar, sem contar outros milhares que não puderam nelas ingressar, por serem trabalhadores. Muitos tiveram que abandonar os estudos, por não encontrarem vagas no período noturno. É lamentável que a senhora Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades e ex-diretora global de Educação do Banco Mundial, se recuse a enxergar a realidade e se refira a esses 90 mil jovens como “menos de 10% do total”. Esse raciocínio é típico de quem não enxerga pessoas por trás dos números.
A deputada estadual Professora Bebel diz que educação em tempo integral não tem nada a ver com a simples ampliação do tempo de permanência na escola. “É preciso pensar na formação integral dos estudantes, começando por dar-lhes condições de pertencer ao uma escola de educação integral”, defende a parlamentar e segunda presidenta da Apeoesp.
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