Ter que dar conta de tudo é uma sensação que a maioria das mulheres passa, principalmente depois que se tornam mães. A responsabilidade e os afazeres aumentam com a chegada de um novo integrante na família, mas as tarefas do dia a dia, somadas à vida social e aos cuidados com os filhos podem acarretar a estafa emocional, o chamado burnout materno.
A coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Daniele Eloise Kobayashi, explica que a síndrome é um distúrbio causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho que é exercido. “É um distúrbio psíquico provocado por tensões emocionais e estresse. Lidar com as atividades domésticas, serviço externo e demandas com bebês e crianças pequenas, ao mesmo tempo, pode ser exaustivo”, comenta.
Segundo a psicóloga, os sintomas podem ser percebidos, tanto logo após o parto, quanto nos primeiros anos de idade. “Esse problema está relacionado à sobrecarga que surge com as novas tarefas e pode ser verificado até três ou quatro anos depois do nascimento dos filhos”, relata a docente.
Muitas mães não sabem que estão passando pelo distúrbio, por acreditarem que esta seja uma situação comum. A diferença entre o cansaço habitual e o esgotamento está na intensidade e na quantidade de vezes que isso ocorre. De acordo com a acadêmica, não é normal se sentir exaustão de forma contínua, principalmente se a sensação estiver atrelada ao sentimento de culpa. “É preciso que se verifique a frequência desses episódios, para que a mãe consiga buscar ajuda de um profissional qualificado”, completa.
Como identificar?
Os sintomas da síndrome de burnout materno podem ser físicos ou psicológicos, sendo que a mãe pode apresentar: Sentimento constante de culpabilidade; Cansaço mental e físico excessivos, mesmo após o descanso; Falta de interesse ou prazer em cuidar do filho; Insônia; Dificuldade de concentração; Perda de apetite; Irritabilidade e agressividade; Lapsos de memória; Baixa autoestima e insegurança; Desânimo e apatia; Dores de cabeça e no corpo; Negatividade constante; Tristeza excessiva.
Providências
Cada caso deve ser analisado individualmente e não podem ser tratados de formas generalizadas. O burnout requer que o paciente faça terapias e acompanhamentos com um ou uma profissional da área da saúde de forma constante. “O autoconhecimento é preciso para reconhecer os próprios limites e a avaliação será feita por um psicólogo capacitado pode auxiliar nesse caminho, além de apresentar qual é o tratamento necessário para a situação”, enfatiza.
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