A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) promove, nesta quarta-feira (29), ato de desagravo a todas as vítimas de violência nas escolas. O ato acontece a partir das 14h, em São Paulo, em frente à Secretaria Estadual da Educação, evento que reunirá professores, pais de alunos e lideranças sociais de diversas regiões do Estado de São Paulo.
A presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), destaca que a entidade há anos realizando pesquisas sobre a questão da violência nas escolas e cobrando da Secretaria Estadual da Educação e demais órgãos do Governo Estadual providências para a redução da incidência dessas ocorrências.
“Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções”, relata.
Bebel ressalta que o orçamento anual da Secretaria Estadual da Educação passa de 40 bilhões de reais. “Não falta recurso. Falta à gestão encarar problemas reais de gente de carne e osso com competência e zelo com o dinheiro do contribuinte. O que se vê, mais uma vez, é uma gestão encastelada, tocada por quem não entende de Educação. Isso é uma fábrica de tragédias”, declara.
Em Piracicaba, um estudante de 19 anos foi preso em flagrante, na última quarta-feira, 22 de março, depois de ameaçar colegas em uma escola estadual, utilizando um cutelo, um tipo de faca usado para cortar carnes. No Estado, o último caso foi de um adolescente que invadiu na manhã desta última segunda-feira (27), a Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro da Vila Sônia, Zona Oeste da Capital, e esfaqueou quatro pessoas, causando a morte de uma professora, até o momento identificada apenas como Beth. As outras três vítimas, pelas informações disponíveis, não correm risco de morte. “ Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual expõe o descaso e o abandono do Estado para com as unidades da rede estadual de ensino de São Paulo”, diz.
Para a deputada e presidenta da Apeoesp, o caso da Vila Sônia, aliás, ocorre exatamente 4 anos depois do massacre ocorrido numa escola estadual em Suzano, que vitimou 8 pessoas. “O que foi feito de lá para cá? Com a palavra, a comunidade escolar, nossa juventude, o contribuinte, o povo paulista”, questiona.
Bebel defende o retorno do programa de mediação escolar, criado em 2009 pela Secretaria da Educação a partir de proposta da Apeoesp, em que professores trabalhavam na solução de conflitos e harmonização do ambiente escolar - foi virtualmente abandonado. “As consequências se fazem sentir no crescimento do número de casos. É necessário que o Governo do Estado ouça a comunidade e, de imediato, que recomponha o quadro de funcionários das escolas estaduais – não com pessoal terceirizado, mas com servidores selecionados por meio de concurso público – e que retome o programa de mediação escolar”, defende.
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