A presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino do Estado de São Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT), notificou o governador João Doria (PSDB), na última quinta-feira (24), que sem reajuste salarial, os professores da rede estadual de ensino podem deflagrar greve. A Apeoesp, inclusive, convocou assembleia da categoria para a próxima terça-feira (29), às 14h, em frente à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, justamente para debater esta possibilidade e também para pressionar os deputados da base governista para que desmembrem o PLC 03/2022, que tramita naquela Casa, garantindo reajuste salarial aos professores e retirando a proposta da chamada “nova carreira” da pauta de discussão. “É importante que tenhamos uma grande assembleia. Para isso, todos devem dar sua contribuição, paralisando as atividades e participando desta importante assembleia”, diz Bebel.
Para isso, a presidenta da Apeoesp continua mobilizando os professores contra a nova carreira e por reajuste salarial de 33,24%, o que assegura o cumprimento do piso nacional do magistério no Estado de São Paulo. Foi com este objetivo que na tarde desta quinta-feira, 24 de março, esteve na EE. Sud Mennucci, localizada no Bairro Alto, em Piracicaba (SP), dialogando com um grupo de professores. “Fomos a única categoria de servidores estaduais que não tivemos qualquer reajuste, enquanto que os demais tiveram de 10% a 20%. Isso não é justo”, disse.
A Professora Bebel destacou que para os professores, o Governo, conforme consta no PLC 03/2022, quer atrelar o reajuste de 10% à criação da nova carreira, que, na realidade, é o desmonte da nossa carreira, “porque perderemos quinquênios, sexta-parte e outros direitos. Além disso, passaremos a trabalhar mais 14 horas semanais dentro das escolas, sem aumento salarial correspondente. Já o subsidio inicial de R$ 5 mil será corroído pelo aumento dos descontos, com o professor, na prática, recebendo pouco mais de R$ 3.700,00, além do que o tempo de serviço e experiência não serão fatores evolutivos e os professores levarão 28 anos para chegar à 11ª referência, no total de 15, fazendo provinhas e avaliações subjetivas. Já os professores temporários (categoria O) serão enquadrados compulsoriamente na referência 1 quando da renovação de seus contratos e ficarão estagnados, sem evolução e sem carreira, recebendo no máximo pouco mais de R$ 3.700,00 e trabalhando mais”, destaca.
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