No mês de fevereiro, mais de 3,5 milhões de alunos da rede estadual de São Paulo iniciaram o ano letivo de 2022 no modo 100% presencial, em cerca de 5,4 mil escolas paulistas. Depois das férias de verão e de um longo período de ensino remoto, crianças e adolescentes precisam se readaptar ao modo presencial e os guardiões - pais e demais responsáveis - são o principal pilar para saúde mental dos alunos nesse momento.
De acordo com a coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade Anhanguera, professora doutora Cibele Rosa, o diálogo é importante para que o retorno seja saudável. “É comum sentir preguiça ou resistência à rotina de estudos. A tendência dos pais é a de convencer os filhos de que a experiência será positiva, de que haverá a oportunidade de reencontro com amigos, mas é preciso se colocar no lugar dos jovens, entender suas demandas e explicar que, na realidade, trata-se de uma responsabilidade que devem cumprir”, reflete a docente.
A pedagoga afirma que o ideal nessa fase é reconhecer a legitimidade dos sentimentos impostos pelo fim do período de descanso e acolher as reclamações infantis com sensibilidade. “O esperado para as primeiras semanas é, de fato, um pouco de irritabilidade”, pontua a coordenadora. “Uma estratégia de abordagem para essa situação é apresentar as escolhas que podem ser feitas: ir para escola com frustração e encarar por dias mais longos ou aceitar a obrigação e cumpri-la com leveza”, completa.
INÍCIO ESCOLAR
A rede de apoio e a comunicação são ainda mais necessárias para lidar com crianças menores, principalmente as que estão iniciando a vida escolar e podem despertar sentimentos de insegurança e de ansiedade. Segundo a professora, o desconforto do novo é inevitável, mas pode impulsionar o enfrentamento de desafios, gerar mudanças de comportamento e, assim, permitir que seja apropriada a sensação de autonomia.
“Se é a primeira vez que seus filhos vão para escola, além de atenção às medidas de distanciamento social e de higiene de praxe, é importante ter paciência para que o processo de adaptação aconteça aos poucos”, recomenda a docente. “Os guardiões devem, também, observar qual o volume de tarefas está aparecendo para os pequenos e não os sobrecarregar”, afirma.
É indicado abrir diálogo e fazer perguntas, para demonstrar o interesse em ouvir as necessidades das crianças e ajudá-las a se expressar. Em casos complexos, é preciso recorrer ao apoio de um profissional especializado.
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