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Eliana Teixeira

Presidente da Unimed Piracicaba, Carlos Joussef, diz ser dádiva de Deus estar vivo

Atualizado: 7 de mar. de 2022


Formado em medicina desde 1977, especialista em ginecologia e obstetrícia, presidente da Unimed Piracicaba há oito anos, Carlos Joussef passou de médico a paciente gravíssimo com Covid-19, após testar positivo para o novo coronavírus no início de maio deste ano. Ontem (20), em entrevista coletiva on-line, o médico contou sobre a experiência terrível que viveu – as chances de sobrevida eram mínimas e o médico chegou a ser entubado duas vezes por ter 100% de comprometimento pulmonar, apesar de ser um homem saudável –, o empenho das equipes médicas que o acompanharam, o apoio familiar, de amigos, colaboradores e da gratidão a Deus por ter sobrevivido à Covid-19. “Eu nunca tinha visto o risco da morte. Estar vivo é dádiva de Deus. Fiquei na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), imóvel, com fraldas. Sou um homem ligado no 11 mil e fui para o zero. Passa um filme na cabeça, os valores melhoram. Muita coisa mudou. Na segunda-feira passada (13), eu ainda estava no oxigênio”, detalhou o médico de 62 anos que ficou 67 dias hospitalizado, incomunicável por 60 dias.

Natural de Rio das Pedras, formado pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, Joussef comanda a Unimed Piracicaba que atende 180 mil clientes entre planos familiares e empresariais, em uma área de ação que abrange o município e as cidades de Águas de São Pedro, Cerquilho, Charqueada, Jumirim, Laranjal Paulista, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Maria da Serra, São Pedro e Tietê. “Tenho que agradecer tudo o que conquistei em Piracicaba, nesses quase 36 anos aqui. Agradeço ao poder público, ao Judiciário, aos colegas de todo o sistema Unimed, à população, aos meus pacientes. Tenho muitos projetos da Unimed Piracicaba em andamento, entre eles torná-la referência no interior de São Paulo”, destacou.

No início do diagnóstico, Joussef continuou trabalhando, o que gerou desgaste em seu quadro clínico. No dia 17 de maio, foi transferido, por decisão da esposa e da filha dele, para a UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ficou durante 60 dias aos cuidados do médico Murillo Santucci de Assunção, pneumo-intensivista. “Fui um caso excepcional, com fibrose raríssima no pulmão”, contou ao destacar que a Unimed Piracicaba sempre realizou parceria com médicos de São Paulo, de outras instituições. “Mandamos várias pessoas da Unimed para outros locais aos cuidados de especialistas específicos. Transferimos conhecimento médico. Temos muitas coisas boas em Piracicaba e em São Paulo. É um intercâmbio. O médico não pode se enclausurar na sua redoma”, explicou.

O presidente da Unimed Piracicaba ressaltou que a Covid-19 é uma doença que pegou o mundo de surpresa, atingindo pessoas de todas as classes sociais. Entre os acontecimentos que mais marcaram durante o processo hospitalar, Joussef citou o fato de ter ficado 41 dias com uma mangueira no tórax, além das centenas de alucinações que teve por causa da Covid-19. “Agradeço a Deus, a minha esposa Adriana, a minha filha, meus irmãos, sogros, cunhados, a imprensa, diretores, corpo clínico e colaboradores da Unimed, a todos que fizeram correntes de oração por mim. O sentimento espiritual é fundamental”, enalteceu Joussef.

O médico afirmou que o maior problema é que há pessoas que pensam que não vão ser contaminadas, menosprezando os cuidados recomendados pelas organizações de saúde. “Tem que se proteger, usar máscara, tomar muito cuidado, porque a disseminação desse vírus é muito rápida. A coisa é grave, mesmo em países com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e o Brasil é um país continental. É uma doença perigosíssima”, enfatizou

Joussef, que voltou com parcerias assinadas entre o Hospital Albert Einstein e a Unimed Piracicaba. “A gente, que faz medicina por amor, é um escolhido de Deus”, declarou.



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