Uma pesquisa recente nos Estados Unidos revela que 41% dos americanos adultos não sabem o que foi o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Destes, 41% estão na faixa etária dos 18 aos 34 anos; o que indica que as novas gerações são as menos esclarecidas sobre um dos mais tristes capítulos da história da humanidade. Entusiasta da causa sionista e articulador de ações de lembrança do Holocausto no Brasil, o jornalista Mauricio Ribeiro não se assusta com estes números, e se arrisca a afirmar que se a mesma pesquisa fosse repetida no Brasil os resultados seriam ainda mais expressivos. “O Brasil já vem de uma tradição de não valorização da memória; e quando falamos de uma realidade aparentemente alheia à nossa essa ‘amnésia histórica’ fica ainda mais evidente”, lamenta.
Há três anos Ribeiro vem conduzindo a campanha #WeRemember em Piracicaba, por meio da Amamos (Associação Memorial Amigos de Sião). Em 2020, o movimento marca o 75º aniversário de fechamento do campo de concentração de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945. “Foram 6 milhões de judeus mortos em campos de concentração; 1 milhão só em Auschwitz”, revela, ao destacar que esse número é sem contabilizar as mortes de ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová e outros grupos considerados minoritários pela ideologia nazista.
Para o jornalista, promover a campanha todos os anos se presta a dois grandes serviços: manter a memória do Holocausto sempre viva na mente das pessoas e evitar que as atrocidades daquele período se repitam. “Parece loucura, e de fato é, quando você lê na mídia que judeus estão sendo perseguidos, martirizados; tendo suas sinagogas e cemitérios vandalizados e profanados na Europa e nos Estados Unidos; vendo gente sustentando a suástica nazista no Brasil”, relata.
Sobre a campanha, que é uma parceria da Amamos com o World Jewish Congress, a condução é muito simples. “Você escreve a expressão We Remember em uma folha ou cartaz, faz uma foto sua segurando o papel e publica nas redes sociais marcando a hashtag #WeRemember e pronto: já está participando”, explica.
A comunidade internacional já começou a mobilizar-se na internet desde o último dia13 de janeiro. E a expectativa até o último dia do mês é que milhões de pessoas em todo o mundo participem e apoiem a campanha. Para mais informações sobre como aderir ao movimento, a Associação Memorial Amigos de Sião mantém a fanpage facebook.com/AmamosIsraelBrasil, com amplo material de divulgação e orientação.
Segundo Ribeiro, não apenas pessoas físicas são desafiadas a participar, mas também instituições, escolas, igrejas, empresas, associações. “A força da marca #WeRemember na internet é definida pelo número de engajamentos”, enfatiza, lembrando que a cada ano o número de sobreviventes do Holocausto vem diminuindo. “Com o falecimento das últimas testemunhas oculares da barbárie, a causa precisa mais do que nunca de que se ouça a nossa voz”, completa.